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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Resenha: 12 Anos de Escravidão

Oi Gente,

Para entrar no clima do Oscar fui ver 12 anos de escravidão e saí de lá com os olhos meios borrados - por assim dizer.

12 Anos de Escravidão (12 years a Slave)
Direção: Steve McQueen
Nacionalidade: EUA
21 de Fevereiro de 2014 (2h13min)
Com Lupita Nyong'o <3








*contém spoillers*



Mais um tema controverso, escravidão. Mas eu acho que a sacada da história é que primeiramente Solomon (o principal) era um homem livre, então o filme narra a sua trajetória em busca da liberdade, da vida que levava antes. Só pra situar, Solomon era um negro alforriado que vivia com sua família no Norte dos EUA e levava um vida de classe média. Ele, que é violinista, é convidado para trabalhar em Washington para tocar violino, mas na verdade ele é enganado e acaba sendo vendido como escravo.

"Eu não sou escravo, eu sou um homem livre"
"Eu não quero sobreviver, quero viver.."
(Solomon)


Essas são frases do personagem que conduzem o filme e ficaram na minha cabeça durante toda a narrativa. A forma que a historia explora os limites de viver e sobreviver é incrível, (já deixando a dica, se você tem estomago muito fraco não veja, tem cenas fortes de acoitamento .-. ). Imagina, você tá lá de boa na sua vida, feliz e alegre, te sequestram e do nada, você vira um escravo. O filme é bem realista na minha opinião e mostra tudo de forma bem escancarada, sem esconder detalhes. Escravidão é um tema que me toca muito e poucas vezes vi tão bem retratado. Nas poucas parte de O Navio Negreiro e Amistad só via a dor física e o sofrimento dos negros, não conseguia os ver como pessoas que estavam sofrendo, que estavam tendo seus sentimentos dilacerados, não me afeiçoar a elas, mas em 12 anos de escravidão a coisa é mais embaixo. Eu sentia em cada foque que se dava no rosto de Solomon a dor da sua alma, da separação da sua familia, da humilhação, tudo, era como ver através de um vazo cristalino - reverencio o Chiwetel Ejiofor pela belissima interpretação- e que era reforçado pela trilha sonora de excelente qualidade.
Outra coisa maravilhosa nesse filme é que, ao meu ver, o diretor deixa espaços para você construir suas emoções sobre as situações, como se ele quisesse que você sentisse junto com os personagens , e não engolir tudo que se passa na telona. Como na cena que a Patsy é acoitada pelo Solomon/Plat, eu chorei, como se estivesse lá vendo a dor dela, foi muito real sabe? Tipo o cara tava com ciúmes porque ela foi pegar um sabonete.

Esse foi um dos melhores filmes que vi esse ano, podia falar dele todo, mas assim não tem graça né?!
Só sei que a Lupita mereceu esse Oscar mais do que ninguém!

Beijos e até!