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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Resenhando: Yume, de Kamile Girão

Como me disseram que eu faço umas resenhas bacaninhas, decidi começar com uma resenha! \o/
Queria me animar a fazer a resenha de algum clássico, mas nem um dos três que eu me lembro de ter lido me animou, então vou fazer do último livro que realmente me deixou empolgada, que, por acaso, foi o primeiro e-book que eu li.

Título: Yume
Autor (a): Kamile Girão
País de origem: Brasil ( <3 )
Ano de lançamento: 2011
Avaliação: 5 estrelas
Relançamento?: Sim! Em 2014, pela Editora WishSinopse: “Por detrás das roupas surradas masculinas que costumava vestir, um mundo incrivelmente estranho se escondia. Nadia sabia que sua cabeça não era comum e que suas ideias divergiam do que era normal. Apenas ela conseguia ver o que não existia. Apenas ela era capaz de desenhar com perfeição um personagem visto em um sonho.
Guitarrista, estudante, filho, cético, objeto sexual de quem o quisesse. Ainda assim, Adrien não era feliz. Contudo, a vida monótona e libertina parecera ganhar um sentido especial quando estranhos sonhos se projetaram em sua mente e quando a missão aparentemente inimaginável lhe fora imposta: impedir que uma determinada garota chegasse ao Yume, o local proibido para meros humanos.” (Fonte)
Site da autora: Café da Kami – Recomendado para todos!  ;)

“Eram dois lados contrastando: o que desacreditava e o que insistia em acreditar.” (Yume, posição 3324)


Confesso que não achei outra frase melhor para resumir o que achei do livro, sem dar algum spoiler horroroso.
Como foi a primeira vez que eu usei o aplicativo Amazon Kindle, sobre o que falarei em outro post, eu não pude sublinhar os trechos que eu gostava com lápis ou fazer anotações nas laterais limpas. Também não sabia bem como mexer, nem sabia que estava marcando certas páginas, então tenho muito pouco das minhas impressões sobre Yume (Quando eu colocar minhas mãozinhas na versão física, eu faço uma resenha revisada! Prometo!), e, pata como sou, não fiz histórico de leitura. Mas, vou usar meu coração pra me guiar. Haha
Yume começa com um sonho de Nadia, nossa linda Garota de Berlim ( <3 ), que mora com a mãe, brasileira, em um apartamento alugado e vende desenhos para ajudar em casa. Todas as suas roupas foram doadas por seus amigos (Meninos muy adoráveis, dignos de Date Sim. Exceto o Karl. Eu nunca gostei do Karl.) e ela passa grande parte de seu tempo dividida entre o mundo real e o mundo imaginário no qual se refugia desde criança.
E ela vive o mundo irreal tão intensamente que isso termina por virar um problema em dados momentos.
No sonho, Nadia encontra-se com um jovem, cujas feições não consegue ver bem. É uma cena muito fofa e eu fiquei cheia de risinhos, porque cenas fofas aniquilam minha maturidade. (E, sim, eu fico vermelha também. Me julguem!  u/////u)
No mesmo dia, ela recebe uma proposta inusitada: um misterioso comprador pede que ela desenhe um personagem de um sonho dela, qualquer um, contato que fique exatamente igual. Caso ela consiga, ele lhe pagará mil euros.
Obviamente ela aceita. Adivinha quem ela escolhe?
Ele mesmo. O rapaz que, depois de alguns sonhos, Nadia descobre ter olhos tristes e ser realmente belo. (Realmente. Vai por mim.)
Ela tem certeza que não passa de um personagem inventado, apesar de não entender porque ele lhe é tão insondável, tão misterioso.
Enquanto isso, em São Paulo, Adrien está tendo problemas para dormir.
Todas as noites, basta fechar os olhos, ele sonha com uma menina muito doce e totalmente diferente do tipo de mulher com quem ele costuma se envolver. Ele quer se aproximar dela, mesmo sabendo-a não real. Mas, assim que o sonho acaba, ele acorda e não consegue mais voltar a dormir.
Verdade seja dita, Adrien não é nem um pouco sonhador. Estudante de Letras e guitarrista da banda Reticências (E amigo do Arashi. O Arashi é importante, então, isso é absolutamente necessário), tudo a seus olhos é muito cru e desencantado. Logo, estar se apegando a uma menina de sonhos não é a situação dos sonhos do rapaz.
Tanto Nadia quanto Adrien sabem de uma coisa, mesmo que inconscientemente: Amar o irreal dói.
Todavia, as coisas ficam mais interessantes quando ambos terminam na mesma cidade. Seria muito legal, mas tanto Berlim quanto São Paulo são grandes o suficiente para que eles nunca se encontrem.
E essa é uma das grandes graças da história, ao passo que é, também, uma das maiores angústias.
Adrien não conseguia dormir. Eu, enquanto lia Yume, também não!
Eu colocava o celular bem longe de mim, deitava a minha cabeça no travesseiro e, dois minutos depois, lá ia eu, derrotada, resgatar o meu pobre aparelhinho e ler até a bateria (Às vezes a minha, às vezes a dele) dizer chega!
E eu nada me faz tão feliz que uma história que me tira o sono!
Nadia é um encanto de personagem (Tenho um desenho dela que tomo a liberdade de colocar aqui. Eu não sou desenhista, mas eu sou atrevida Tenho uma do Adrien também. Não chorem diante disso, e deixem as crianças fora da história)!

Clique para ampliar. Novamente, tenha cautela.



Clique para aumentar. Se tiver coragem.
 Ficou meio parecida com a Kami? Juro que não foi de propósito....
Eu a vejo como uma garota de quem eu facilmente seria amiga. Ela, inclusive, tem em si características que eram muito marcantes em pessoas que já foram/são minhas amigas e, claro, características que creio ter também (Ora, eu tenho um blog pessoal chamado “Para de sonhar, menina!”. Alguém duvida que eu vivo sempre no mundo da Lua?).
Eu não tenho reclamações sobre as personagens femininas. Laura é, até agora, dentre as mães de protagonistas, a mais corajosa e forte que eu já li. Zorah era... Um espetáculo à parte. Incrivelmente eu me sentia muito confortável com essa personagem – e eu a imaginei também muito bonita (e com uma voz muito bonita), o que a tornava um personagem muito agradável de se ter por perto.
Alice é um encanto, além de muito divertida (Esse nome parece que abençoa as personagens, só pode! Não consigo pensar em uma Alice que eu não goste!), e... Eu era ela aos 13 anos. Só que ela é mais legal. Muito mais legal.
Até da Malu eu gostei. Ela tinha um quê de abandono e desesperança que lhe conferia um traço trágico. E eu a via muito bonita também. >w<
Adrien é lindo e fofuxinho, mas eu me irritava com o ceticismo dele. E com a suscetibilidade dele a Malu. Ou a qualquer mulher. Apesar de Adrien seguir levemente a linha do Cretino Irresistível – alguns representantes da classe realmente me colocaram furiosa em 2013 – eu nunca achei que ele fosse do tipo irritante e desprezível, eu nem cheguei a me irritar com ele por ser assim. Mas aquela insistência na própria desilusão... Isso me tirava do sério!
Por falar em lindeza, tem como fazermos um abaixo-assinado pra que um Date Sim de Yume seja produzido? Um bem ao estilo de Yo-Jin-Bo. Por favorzinho? *---*
Com exceção do Karl, que eu não gostava Todos os caras de Yume são uma graça!
Obviamente que ninguém é melhor que Arashi e Yooki! *¬* Eles já são lindos e maravilhosos e perfeitos e eu quero os dois separadamente, mas juntos... Ai, meu Deus! Juntos era uma coisa de louco (Antes que perguntem: Não, eles não formam um casal. Apenas uma dupla e uma dupla fantástica e eu não ligo se quiserem formar um trio comigo)!
Tá bom, parei com a tietagem.
Eu li poucos livros com personagens que eram japoneses ou descendiam de japoneses. Alguns me trouxeram desgosto, mas Yume me trouxe duas alegrias, que vão se juntar ao Rudji, da Rê Ventura, no meu roll de japas favoritos da literatura. <3
Só tem uma coisa: Yooki sempre me trazia à mente picadinho. Picadinho a la Hannibal Lecter. Eu sei que o caso do cara da Yoki foi trágico, mas eu não conseguia evitar. Desculpa.
Outra coisa sobre os personagens que eu preciso mencionar: os trechos que falam sobre adaptação à língua. Isso tornou as coisas mais verossímeis.
Eu sentia desespero nos momentos em que o personagem que precisava se adaptar estava sozinho e não conseguia entender o que o personagem nativo falava! AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
Kamile Girão narra como se escrevesse um mangá shoujo sobre fantasia. É difícil alinhar uma narrativa escrita ao ritmo de uma narrativa desenhada, mas, quando você consegue, você merece os parabéns.
Veja bem! Quantos livros de super-heróis você se lembra de ter lido? Não é a mesma coisa que os quadrinhos, é? Quantas fanfics você já leu que conseguiam evocar o mesmo clima do mangá/HQ na qual foi inspirada? Eu digo que eu li poucas capazes disso.
E, ainda que sua narrativa tenha esse toque especial de história em quadrinhos, ela também tem um toque singular que me fez, enquanto brasileira, sentir-me em casa. Tinha algo somente nosso, alguma coisa que não sei precisar o que seria, mas que esteve presente em todos os livros dos novos nacionais que me prenderam e que me atraíram, e que eu passo a definir como algo nosso.
Eu poderia dizer que Yume, mesmo sem desenhos, saiu-se melhor que Zucker em juntar o que há de bom no shoujo e o que há de bom no romance e na aventura nacionais.  E eu gostava de Zucker.
Mas, acima de tudo, Yume me pegou fortemente pelo lado emocional.
Ela falou da Liberdade, que vai ter sempre um lugar especial no meu coração!
Todo o clima de Yume me fez viajar no tempo, de volta à 2009, quando fiz minhas primeiras amizades no curso de desenho e vivi algumas aventuras por lá. E talvez isso tenha tornado esta história tão especial para mim, porque o que ela conseguiu me levar aos momentos onde eu, por várias vezes, desejo estar.
E, não bastasse, agora é como se as personagens da história tivessem se fundido às memórias e, junto delas, virado parte de mim, com um lugar permanente em um cantinho do meu coração.
Isso não tem preço.
E, para ninguém vir dizer que eu sou vendida, eu tenho duas coisas sobre as quais reclamar: Pouco vimos sobre os outros garotos da Reticências e sobre os amigos da Nadia, e eu queria mais (Como querem que eu faça um Date Sim desse jeito, sem rumo?), nem que fosse por spin-off. E eu não me senti muito animada quanto à batalha final.
Agora, todo o resto... Foi fantástico! O mundo real estava verossímil e crível, e o mundo irreal estava um assombro de tão rico! Eu me sentia sugada para dentro da história!
Detalhe: Adoro a sequência que se apoia em “Bohemian Rhapsody”. Eu simplesmente nunca tinha dado muita atenção para essa música e, agora, eu não posso viver sem ela. Obrigada, Kami! 
A trilha sonora que a Kamile usou para escrever Yume está disponível no 8tracks, bem aqui. É longa e variada (Geralmente tem playlists muito curtinhas por lá), mas ouçam, porque é bacana! ;)
Para quem se interessou, mas não curte ou não tem onde ler e-book, Yume será relançado pela Editora Wish neste ano! Eba! \o/
E se você quer ver algo mais da autora, aproveite que Outubro, seu segundo romance, está gratuito para download na Amazon! Eba de novo! \o/

Por fim, quero dar parabéns à Kami, porque o livro é maravilindo e porque hoje é aniversário dela! \o/ Kami, que você tenha muita saúde, paz, prosperidade, amor, alegrias e fanarts de Jelsa (e de todos os seus OTPs)! E, claro, que você tenha muito inspiração para continuar a escrever histórias tão maravilhosas quanto Yume!

Sobre a autora: Kamile Girão é natural de Fortaleza, Ceará. Aquariana de 22 de Janeiro, ela
tem 21 anos, estuda inglês e alemão – e pretende ser fluente em ambos! É colecionadora de várias coisas legais, como bonecas (Entre aqui e se maravilhe!), HQs e mangás, além dos livros e revistas, claro!
Ela gosta de Sailor Moon (Você nunca ouse tentar ser escritora sem gostar de Sailor Moon. É um pré-requisito. Sem Sailor Moon, sem livros. haha) e de gatos. E ela provavelmente já deu um pulo no RinMaru Games. Mas é inútil resistir aos DollMakers, lamento.
Kamile tem 3 obras publicadas: Yume, Outubro e O eco dos sinos, único conto da trinca. Todos estão disponíveis para Kindle. Yume será relançado pela Editora Wish e Outubro é publicado pela Literata.


(E é isso! Muito obrigada pela atenção! ^^/")

Um comentário:

  1. Amei seu Blog, muito legal! se puder dá uma olhadinha no meu, ficarei agradecida ! http://literarystuff03.blogspot.com.br/

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